jeudi 14 octobre 2010

A Mangueira. Le manguier.


Apesar das casas ser construídas aos montes nos bairros em redor de Bissau,  ainda há ilhas onde o mato consegue sobreviver. Assim no bairro do Enterramento onde ele oferece a sua amistosa sombra para quem anda a pé o vai buscar agua no poço. As meninas agradecem.

Ultimamente, muitos dos novos edifícios do Governo foram construídos nessa zona, grandes bolos estalinistas “chineses”a beira da estrada que vai do Bandim, onde montes de prédios cinzentos “libaneses” dignos dos Shadocks predominam o mercado, ao Aeroporto. Atrás desses bolos, quase a frente do local dos caros/autocarros que vão e vêem por toda a Guine, daqui em breve haverá também muitas embaixadas novas cujo estilo há de nos surpreender.

Para construir esses edifícios todos, arrancaram-se arvóres. Quando construem as suas casas os moradores fazem o mesmo. A diferença e que eles não têem as maquinas dos empreiteiros que se dedicam as obras publicas. Fazem tudo devagarinho e numa menor escala.
E num campo desse bairro que a futura sede da AMIC (Associação dos Amigos da Criança), vai ser construída. Já existem dois edifícios. Um dia, para deixar passar os carros dentro duma zona livre, a AMIC contratou um homem para cortar uma mangueira que, dum dia para outro, tornou-se um obstáculo. Ele não tinha ferramentas por assim dizer, apenas uma barra de ferro e uma picareta. Mas ele tinha um objectivo: cortar aquela mangueira.
Primeiro escavou a terra vermelha a volta do tronco para apanhar as raízes. Uma terra seca, quase como cimento. A seguir, ele começou a cortar as raízes, uma por uma. A noite veio e naquele dia, ele não conseguiu cortar nada.
Na Guine, em Junho, o calor bate forte e a humidade e por todo lado. Mesmo para quem não trabalha, o corpo mexe difícilmente durante a tarde. Apesar dessa dificuldade, ele nunca parou de trabalhar. A cada esforço, o seu corpo estava encharcado de suor. Ele ía de vez em quando ao poço para refrescar-se. Nunca se queixou.
O dia seguinte, ele continuou a cortar as raízes, uma por uma, e a escavar mais profundamente. O objectivo estava mais perto, horas após horas. Não me lembro bem quantos dias foram preciso para cortar aquele arvòre mas, depois de muitos esforços, ele caiu. O homem teve ainda que cortar os ramos com um machado. Eu (dava aulas ao lado), quis ajudar e arrisquei-me. 10 minutos depois, já estava arrumado! 
Nesse caso, dava jeito ter uma motosserra. Motosserra ka tem! Foi uma luta nobre e admirei esse homem. 




Penteados - Coiffures


Bajudas no bairro de Enterramento, Bissau, no dia Internacional das Criancas. Jeunes filles du quartier de Enterramento Durant la Journée internationale des Enfants.

Da primeira vez que fui na Guine Bissau, era dia. O aviao sobrevoou a paisagem. Do alto, observei o traçado dos rios que se misturavam com a terra, as bolanhas, e pensei imediatamente nos penteados femininos. Delicados e refinados. Mas não foi nessa viagem que comecei a interessar-me nos penteados femininos: Ja em 2007, quando comecei aquele projecto com a Ana esteves de Pais&Filhos sobre as mulheres de Lisboa e do Porto, passei muito tempo nas ruas e nos autocarros da Carris. Andei nas carreiras todas, passei muito tempo observar e a desenhar o cabelo das mulheres de Lisboa. Alguns eram espectaculares. Outros nem por isso! De qualquer forma, as mulheres guineenses teem pentaedos espectaculares que merecem paginas de historias. Aqui vao cinco. Quem sabe se o ultimo e tudo feito de papelinhos com historias romanticas o simplesmente com exercicios de matematicas? Faz favor viajar pela terra incognita dos penteados!





vendredi 8 octobre 2010

Djuku

Après 7 années sans nouvelles de Djuku, qui m'a inspiré l'écriture du livre "A viagem de Djuku" (Le voyage de Djoukou) illustré par Eric lambé, et publié en 2003 par les éditions portugaises Caminho, une rencontre à finalement été possible. Djuku est plus belle que jamais et vit quelque part non loin de Bafatà en Guinée-Bissau. Au cours de ces années, son histoire à elle aura été bien différente de la fiction du livre.  Seule l'empreinte de sa main qui orne les pages de garde du livre aura voyagé un peu de par le monde.

Nara

De la Corée du sud a la Guinée Bissau en passant par les USA, il n'y a qu'un pas que Nara Lee, l'une de mes brillantes étudiantes a MICA, a franchit sans cérémonie.
Nara m'a donne un coup de main lors des ateliers "Vozes de Nos" en Guinée Bissau. Pas bégueule, prête a tout, endurante, elle a été une excellente compagne de voyage. La voici avec des femmes de Bambadinca, et parcourant le no man's land, plus pour très longtemps vu le nombre de tranchées qui sillonnent l'espace, qui jouxte le quartier de Quelele, près de Bissau.


samedi 2 octobre 2010

Huambo: Quartier de Sao-Bras - Bairro de Sao-Bras.


Plus la nuit tombe sur le Planalto et sur la ville de Huambo, plus les enfants s'agitent font les fous dans le quartier de São-Bràs. Ils arrivent de partout, rient et crient à qui mieux-mieux. Plus ça vire au chaos, plus je me sens calme. Ils me font un bien fou. Alors, adossé à une lanchonette en compagnie d'un ami de passage avec qui je partage quelques brochettes de poulets mal cuites et 33c de Cuca bien fraîche, je réalise que demain je m'en vais.


Volcans jaunes